terça-feira, 21 de setembro de 2010

Gesto



Gesto espontâneo 
que inaugura as possibilidades...

Gesto criativo 
que representa minha alma...

Gesto pessoal
que fala o que eu sou...

um sorriso, um olhar, um maneio, 
a palavra, a respiração, o pulsar...

qual é o gesto primordial
qua antes de mim mesma, já me anuncia???

 Qual o teu gesto?



 ****

sábado, 18 de setembro de 2010

Paradoxo


Quem sou eu se não ouso a transgressão 
que faz a alma se anunciar viva e pulsante?

Sim, quero a superação que ascende do pulso interior,
necessária à desobediência da tradição,
porque nem sempre o "certo" é o "bom", e nem sempre o "errado é "ruim"...

Trair as próprais imposições, alçar inusitados vôos,
definir-me por dentro e me deixar ser encontrada,
experienciar uma fé que me tira do lugar comum.

Abrigar em mim tantos e variados mundos,
viver o paradoxo da tensão constante entre a finitude do corpo e a infinitude da alma
e (des) continuar a ser uma ...

e ao mesmo tempo não mais ter que sê-lo só pelo outro...

Sim, ousar... 
Ousar e transgredir... 
transgredir e criar!
mágico assim... simples assim...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A próxima esquina...

No princípio, sensações...
que inauguram o teu espaço, em prosas, sem verso,
e eu a ouvir... e a escutar o que emerge da angústia,
ainda não vivida, mas já sentida, sem perceberes...
Tal universo transporta meu ser,
pairando sobre as palavras, enquanto necessário
mergulhando no sentido, enquanto fundamental,
desafinando a ordem, desafiando a voz...


Eis que cessa o discurso!
Tuas não-palavras são todo você, e teu silêncio fala muito,
tão mais alto que a própria melodia...
Compreendi , enquanto viravas a próxima esquina da vida,
a presença de tua ausência,
o lugar do não-ser onde te encontras,
o café não bebido, o abraço não dado,  a cadeira vazia...

O recomeço é a ação...

O novo princípio é o verbo!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Nada mais que a paixão

Não espere de mim nada mais que a paixão.
Não espere nada de mais do meu coração.
Que bate, rebate e grita;
Geme, chora e se agita,
sambando nas cordas bambas de uma viola vadia, vadia...
Não, não espere encontrar numa canção nada além de um sonho,
Nada além de uma ilusão.
Talvez quem sabe a verdade,
A infinita vontade de arrancar,
De dentro da noite, a barra clara do dia...

(Egberto Gismonti)