sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Caleidoscópio íntimo

Encontros... 
Maneiras encantadoras, surpreendentes, 
carinhosas, de olhar, viver e apreender a vida...
Um mundo de possibilidades, caleidoscópio íntimo, 
onde cada movimento revela novas possibilidades:
acreditar em si ... segurança
doar o próprio eu ... generosidade
expôr-se a cada gesto ... autenticidade
revelar desejos profundos ... singularidade
recriar-se constantemente ... espontaneidade
vencer amarras inconscientes ... determinação
amar de modo profundo e incondicionalmente ... plenitude!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Simples quereres...

Brisa refrescante, mergulho no mar, céu estrelado... 

Lápis e folha em branco, espumante gelado, boas idéias...

Boa companhia, coração aberto, sentimentos renovados...

Olhares sinceros, desejos pulsantes, pessoas em busca...

Vida!!!


***

Em análise...

Quero a vivacidade do pensamento ativo,
encontrar pessoas que queiram a si mesmas,
que busquem superar-se,
que desvelem as ilusões,
que lutem para não enganarem a si e ao outro,
e que nesta luta, sejam sinceras...
Que os enganos sejam "acidentais",
que o egoísmo seja inconsciente,
e que o orgulho escandalize-se a si mesmo.
Assim, ainda haverá tempo e espaço para a transformação,
para experiências psíquicas serem ressignificadas,
para o Humano ressurgir, e a vida retomar seu turno...
Minha proposta é  renovação, não somente um novo entendimento, racional,
mas uma nova atitude de caráter, coragem, dignidade e fidelidade com a própria ressignificação.
Trazer à luz o desejo vivo e claro de ser autêntico, sincero, verdadeiro e singular...
Sem espaço para meras desculpas, nem arrogâncias disfarçadas...
O tempo de análise é o de experimentar e superar limites.
De reencontrar, renovada e reiteradamente, o amor ... e a si mesmo.

***
***

domingo, 26 de dezembro de 2010

Novo ano novo!


2010...
Um ano vivido dia a dia, repleto de acontecimentos transformadores...
Um ano que senti a passagem dos dias intensa e paulatinamente...
Busquei somente alegrias e encontrei também tristezas.
Obtive conquistas e encarei as perdas.
Tive oportunidades, enfrentei os vazios.
Vivi momentos de superação, me arrastei nos de estagnação.
Senti os prazeres, ruminei as frustrações.
Dediquei-me às reflexões, enlouqueci nos devaneios.
Elaborei sonhos, me entorpeci nas divagações.
Construí projetos, fugi dos delírios.
Desfrutei das presenças, sofri pelas ausências.
Realizei encontros, consumi saudade.
Experimentei consistências, saboreei esgarçamentos.
Retomei estudos, produzi dúvidas.
Amei as pessoas,
Amei minha vida,
Desejei tudo isso e encontrei a mim mesma...
Hoje o coração é só gratidão... pois todos que compartilharam meu caminho,
- família, amigos, pacientes, colegas, conhecidos, desconhecidos, inimigos -
de um ou de outro modo, contribuíram para que eu chegasse até aqui, assim...
Nem plenamente feliz, por isso continuarei buscando,
Nem plenamente realizada, por isso continuarei lutando,
Nem plenamente satisfeita, por isso continuarei desejando...
2011?
Projeto ousado...
Desejo a singularidade, sinceridade, verdade, autenticidade, transparência, sensibilidade, intuição...
Desejo que, os que compartilharem o caminho da vida comigo, encontrem, a cada dia, minha melhor versão, sempre em construção, desconstrução e reconstrução...
Desejo, a mim e a todos, um Novo ano novo!

***

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Pessoas






Adoro pessoas...
as que me fazem rir, as que me fazem chorar,
as que me fazem pensar, as que me fazem sentir...
Algumas passam simplesmente,
outras chegam,  e permitimos que construam algo em nós,
outras vão,  e damos licença para que destruam algo em nós,
outras se escondem em nós, e as recriamos dia-a-dia...
Eis a dor e delícia de ser o que se é!
Encontros, desencontros, reencontros...
Pessoas são assim... porque não precisam ser mais!
Pessoas deixam suas marcas por onde passam,
mas nos apropriamos daquilo que desejamos que fique marcado em nós...

***

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Desejo...

Quero a vida, franca e clara, pulsando em minhas veias,
quero a limpidez do pensamento lúcido 
e a loucura do amor implacável, 
para entender quem sou, 
para conhecer o humano e o sobre humano
de cada Ser que atravessa minha vida...
 
 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Falando de mim...

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro 
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso 
Mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste,
E que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.



Metade / Oswaldo Montenegro

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Aos meus amigos o melhor de mim...


Amigo...
Amigo é um ser prá lá de especial, que se transforma em tantas coisas ao longo da amizade...
Em coração... quando perco o ritmo da vida...
Em ombro... quando busco aconchego para as inseguranças...
Em mãos... quando procuro quem possa içar-me sem condições ou pré-julgamentos...
Em sorriso... quando desejo compartilhar a alegria...
Em olhar... quando preciso de uma leitura fiel da minha alma errante...
Em abraço... sempre... pois no abraço tudo se revela, pelo toque, pela energia, pela proximidade, pela cumplicidade, pelo carinho, pela verdade que um abraço encerra...

Amigo é assim grande, imenso no coração da gente...
Impossível conter a grandeza de um amigo!
Amigo não cabe na palma da mão...
Por isso pode ser areia a escapar no vão dos dedos...

*****

sábado, 27 de novembro de 2010

Saudade do que nunca vivi...

Aqui estou,  expressando a saudade daquilo que nunca vivi!
Reivindicando aquilo que sempre me foi de direito e que meu mundo interior me dá breves notícias:
.amor incondicional, para entender-me íntegro; 
.aceitação, para construir-me em solo seguro;
.confiança constante, para saber-me generoso;
.colo acolhedor, para brincar com os fantasmas;
.amar/odiar primária e implacavelmente, para conhecer o perdão;
.acreditar que o mundo é um lugar de vida e relacional, para entender a solidão.

Ah! quanta saudade de tudo o que me falta...
Ilusão de plena felicidade, não posso mais carregá-la!
Necessito libertar-me, pela urgência de viver em mim.
Desconstruir tal onipotência, para vir-a-ser tudo o que for.
Existir para além dos muros...
Quero a mim mesmo de volta!!!
...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Somos feitos da mesma matéria dos sonhos


Corpo... esse enigma que nos insere no mundo e por onde apreendemos esse mesmo mundo. 
Somos significante e significado. 
Construimos uma identidade a partir dessas significâncias. 
Construimos um corpo que simbolize aquilo que somos. 
Mas invariavelmente vamos além disso. 
Vamos além deste símbolo, posto que somos também desejantes a partir deste mesmo corpo. 
E o desejo constrói, distrói, reconstrói, desconstrói o que somos. 
O corpo atua como veículo deste desejo.  
Também somos feitos pelos olhares, toques, simbolos, proibições, tabus, ao longo de toda nossa existencia. "Somos feitos da mesma matéria dos sonhos", dizia Shakespeare. 
Podemos voltarmo-nos a nós mesmos e indagar de quais sonhos temos nos construído? 
Será que percebemos que fomos e somos continuamente invadidos por um mundo erotizado, pré-genital?
Perceberemos que nosso desejo está inserido num mercado de consumo, onde os eus-objetos estão elevados ao mais alto grau do mercado - o zênite - marcados pela insaciedade e pelo destino inexorável - o descarte, como dejetos? 
Um desejo que invade, que não se deixa aplacar, que toma o corpo como coisa, como objeto de uso e descarte, onde nossas energias escoam ralo abaixo, sem que delas possamos usufruir. 
O corpo tornou-se um aglomerado de partes, onde o todo está perdido, esquecido, esquartejado. 
Esse esfacelamento de nossa integridade já vem marcado pela nossa história enquanto seres marcados pelo desejo do outro.  
Não nos permitiremos alcançar a plena genitalidade sem instaurar em nós a necessidade de sentirmo-nos envolvidos com e pelo outro. 
Permanecemos na posição narcísica em que nos colocamos, alimentando somente a egolatria. Usufrui-se do corpo com uma mente erotizada, direcionada exclusivamente para o gozo imediato, marcada pela necessidade da obtenção do prazer a qualquer custo, de qualquer jeito. 
Corrompe-se a própria integridade em nome da eterna busca egoísta de prazeres - o prazer de Ter e o Ter prazer - em detrimento da busca pela quietude da mente e o domínio sobre as emoções e, portanto, sobre si mesmo. 
Sonhamos com o prazer eterno, esquecendo das implacáveis vissicitudes e decrepitude do corpo, que nos arrancará a possibilidade de nos estendermos nesse sonho hedonista mortífero. 
Antes mesmo que as impotências nos invadam inexoravelmente, conseguiremos compreender que as sensações proporcionadas pelo nosso corpo é apenas uma ínfima faceta das multiplicidades que podemos encontrar em nós mesmos?  
Encontrá-las sollicita de nós enfrentar, não só o prazer, mas também a superação das nossas limitações, pelo esforço contínuo, pelo trabalho constante. 
Um novo prazer surgirá, que se esconde no polo oposto, em nossos subterrâneos - o nadir - onde encontraremos as necessidades da alma e os motivos de nossa existencia, do qual voluntariamente nos desconectamos e do que não nos furtaremos jamais.


sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Castelos de Areia...


 Castelos de areia...
 leves,   breves,   frágeis,   delicados,

... porém ...
complexos,   imponentes,   viris,   seguros...

   O menino, 
no campo de areia,
brincando de se construir!




domingo, 17 de outubro de 2010

Pressupostos

_|abertura rumo ao infinito...                                
 _|espontaneidade                                                           
                           _|respeito ao outro                                                                
                                      _|confiabilidade                                                      
                                                _|diferença                                                                                       
                                             _|originalidade
                                       _| busca
                               a vida pressupõe...

sábado, 16 de outubro de 2010

Tua beleza



Tudo é belo:
o retraimento do olhar,
o leve tirar da máscara,
o ar envergonhado,
o enrubescer da face,
os desvarios do afeto,
o romantismo da palavra,
a ingenuidade dos atos,
a perspicácia inscipiente,
o anseio do contato,
o turbilhão de sensações,
o medo da solidão,
o desejo de ser feliz!
tua beleza... 
um altar que a natureza erigiu em ti...
onde habita o sagrado e o profano,
buscando expressão,
propagando a paixão,
construindo o Amor...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Além do prazer...


Luta insana :
desejo e razão disputam soberania
num campo onde as sensações exigem o reinado absoluto
e onde a razão é exigida somente na presença da culpa...
Estrutura primária, imatura,
ainda distante do equilíbrio das energias humanas e divinas!
O desejo soberano incita ao "Ter Agora" do prazer - 
ditadura do corpo sobre as aspirações da alma.
A razão entorpecida busca o prazer a qualquer custo,
prazer que reclama suas vibrações e assalta os orgãos, 
cobrando-lhes toda energia que seja consumível instantaneamente...
Relações fast food!  Precárias satisfações...
Seres liquefeitos, 
carentes de migalhas de afeto que consomem como loucos esfomiados,
provocando a indigestão emocional... 
Prazer Cartesiano - limitado ao Tempo e Espaço!
Satisfação plena do gozo em si, mas não do Ser em si...
Eis a denúncia: o sofrer!
Como renunciar a tal volúpia? Em nome de quê?
Ser Desejante sim, mas na amplidão, na profundidade,
onde o prazer não é somente um fim em si, um objeto a buscar,
mas o próprio processo, o caminho, o trajeto, a própria busca.
Ser pluridimensional, que não há como tolher pelas certezas, pelos conceitos, pelo imutável, 
mas que se define pela própria infinitude, pelo incognoscível, pelo movimento, pelo vir-a-ser.
Eis o Prazer além do prazer...
O Prazer de Ser!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Solidão essencial


Quem é você?
Menino ingênuo, apaixonado 
Coração puro, longe da maldade, distante da malícia...
Quem é você?
Equilibrista de sensações, malabarista da vida, 
cheio de perguntas, ansiando por respostas...
Quem é você?
Alma fervorosa, cheia de esperança,
crente no amor, no entendimento, nas pessoas...
Quem é você?
Ser em angústia, carente de afeto, carente de significados...
temendo a ausência de si, a pior solidão!!!
Quem é você????

Um homem em busca do ser em si, que clama
por acolhimento, para sentir-se pertencendo a um lugar;
por singularidade, para sentir-se autorizado a ser quem é;
por um lugar frente ao outro, para sentir-se reconhecido;
por uma palavra viva, que o permita encontrar sentido em existir;
por mistério, para sentir que sempre haverá algo da ordem do desconhecido...
Clamores que causam medo, angústia, sofrimento,
mas também possibilidades, amplitudes, esperança...
experiências de si que brotam da solidão essencial,
no encontro com o inefável em ti...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Gesto



Gesto espontâneo 
que inaugura as possibilidades...

Gesto criativo 
que representa minha alma...

Gesto pessoal
que fala o que eu sou...

um sorriso, um olhar, um maneio, 
a palavra, a respiração, o pulsar...

qual é o gesto primordial
qua antes de mim mesma, já me anuncia???

 Qual o teu gesto?



 ****

sábado, 18 de setembro de 2010

Paradoxo


Quem sou eu se não ouso a transgressão 
que faz a alma se anunciar viva e pulsante?

Sim, quero a superação que ascende do pulso interior,
necessária à desobediência da tradição,
porque nem sempre o "certo" é o "bom", e nem sempre o "errado é "ruim"...

Trair as próprais imposições, alçar inusitados vôos,
definir-me por dentro e me deixar ser encontrada,
experienciar uma fé que me tira do lugar comum.

Abrigar em mim tantos e variados mundos,
viver o paradoxo da tensão constante entre a finitude do corpo e a infinitude da alma
e (des) continuar a ser uma ...

e ao mesmo tempo não mais ter que sê-lo só pelo outro...

Sim, ousar... 
Ousar e transgredir... 
transgredir e criar!
mágico assim... simples assim...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A próxima esquina...

No princípio, sensações...
que inauguram o teu espaço, em prosas, sem verso,
e eu a ouvir... e a escutar o que emerge da angústia,
ainda não vivida, mas já sentida, sem perceberes...
Tal universo transporta meu ser,
pairando sobre as palavras, enquanto necessário
mergulhando no sentido, enquanto fundamental,
desafinando a ordem, desafiando a voz...


Eis que cessa o discurso!
Tuas não-palavras são todo você, e teu silêncio fala muito,
tão mais alto que a própria melodia...
Compreendi , enquanto viravas a próxima esquina da vida,
a presença de tua ausência,
o lugar do não-ser onde te encontras,
o café não bebido, o abraço não dado,  a cadeira vazia...

O recomeço é a ação...

O novo princípio é o verbo!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Nada mais que a paixão

Não espere de mim nada mais que a paixão.
Não espere nada de mais do meu coração.
Que bate, rebate e grita;
Geme, chora e se agita,
sambando nas cordas bambas de uma viola vadia, vadia...
Não, não espere encontrar numa canção nada além de um sonho,
Nada além de uma ilusão.
Talvez quem sabe a verdade,
A infinita vontade de arrancar,
De dentro da noite, a barra clara do dia...

(Egberto Gismonti)

domingo, 29 de agosto de 2010

Sublim'ação


Desço as escadas da tua profundidade,  degrau a degrau,
sem expectativas, sem medos, sem heresias.
Exploro os porões, sob a tensão de teu temeroso consentimento...
Sondo os elementos de teu submundo,
empoeirados, abandonados, exilados...
como se há muito tal recâmara estivesse esquecida.
Rostos, ações, sentimentos, sinto-os ao toque do pensamento,
através de óbices múltiplos do ambiente hostil,
porém não desabitado... Não!
Lá encontro, pulsando tímido, o coração empedernido.
assustado e febril, enredado em fluidos desconhecidos.
Aprendo sobre monstros e fantasmas da tua dor dilacerante,
que teimam em ocultar-se, denunciando a fuga da consciência...
Perscruto o segredo e o sagrado em ti,
(e você a permitir-me tal intuição...)
Provém de ti uma beleza indefinível, que sopra de leve minha fronte!
Eis o avesso do avesso!
Sensível, me disponho a tanta ternura enclausurada,
tanto desejo autêntico, fundante, tanto Amor incipiente.
Minha loucura tangencia a tua, e ofereço-me humildemente,
ladeando-te no palmilhar das veredas em que temes avançar.
Lixo emocional mesclado ao pueril de teu Ser.
Na simplicidade fundamental,
retorno, lentamente, à superfície de ti,
não sem notar as transmutações de sentimentos,
que exploram os receios, que escancaram os medos,
à medida que toco o solo em que te eriges!
Tudo acontece em minutos...
e a cada visita nos porões do Ser os sentidos serão acendrados, o espírito fortalecido,
 e o desejo tornado sublime pelas energias e ações sutis do Amor.
Sublim'ação!!!



terça-feira, 24 de agosto de 2010

Fardo leve...




Desistindo de não sofrer... 
viverei a dor, assim, como um fardo leve, 
porque leve está o coração...

domingo, 22 de agosto de 2010

Espaço Analítico

Lugar de acolhimento, 
tua loucura aninhada à minha.
Ausência de medo do pático do outro e de si mesmo
Presentificação de ambos, sem a compulsão saneadora,
Não há certo ou errado, há a sua presença e a minha,
Momento de criação a partir da "doença"
Respeito...
Necessário ir além do lugar de instabilidade e insegurança 
- lugar do humano
Necessário aceitar a condição incompleta, não divina, 
A condição dependente, vulnerável, da experiência humana,
E aprender com ela...

A criatividade, assim colocada, nasce da "loucura" de cada um.
A criação a partir da nossa miséria, da nossa infinita pequenez,
A desistência, confortável, de ser o Ser total, o ser da completude.
Descobrimos, juntos, que a experiência psíquica é sempre sofrida,
Uma visão singular da dor,
Singularidade construída pela história do desejo de cada um,
pela história da frustração de cada um...
Aceitação criativa - e não submissa - da dor
Espaço analítico de experiência, de criação de si,
Aprendendo com a própria dor,
Aprendendo a desistir de não sofrer!



sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Transformações...

Tudo se transforma...
O hoje se transforma preparando o amanhã,
a busca frenética prepara o verdadeiro encontro, 
a criança se tranforma preparando o Homem...
A sensação de perda é somente o sinal de apego que temos àquilo que clama por transformação:
-A própria vida!

Amor Líquido


Ser humano pós-moderno, globalizado...
Aquele que vive a "Vontade de Liberdade" na busca por individualização,
carcaterizado pela atualidade, pela velocidade, pelas relações inconsistentes e descartáveis.
As relações são feitas para não durar, 
expressão da busca da liberdade em detrimento das relações estáveis.
Relações em frenético movimento, marcadas pela ausência de peso.
O movimento da busca tira o foco do objeto desejado.
Novos "produtos humanos" mais atraentes, mais estimulantes se apresentam,
prontos para serem "consumidos"...


São relações frágeis, liquidas, entre pessoas sem vínculos, livres de compromissos com o outro,
porém, presas psiquicamente pelo medo do outro, corroídas pela insegurança.
A incerteza apresenta-se radicalizada em todos os campos da interação humana.
Sensibilidade alérgica e febril ao desconhecido,
incapacidade de aceitar e cuidar do humano na humanidade.
O medo instaura-se. A segregação é imposta e escolhida.
Cultuam-se os vínculos virtuais...
Num mundo instantâneo, é preciso estar sempre "pronto para outra".
Não há tempo para o adiamento, para postergar a satisfação do desejo,
nem para o seu amadurecimento.


Habitantes circulando pelas conexões líquidas da pós-modernidade,
tagarelas à dstância, porém, fechados em si mesmo.
Homens e mulheres presos numa trincheira sem saber como sair dela, e,
sem reconhecer, com clareza, se querem sair ou permanecer nela.
Movimentam-se em várias direções, entram e saem de casos amorosos...
Esperança mantida às custas de um esforço considerável,
tentando acreditar que o próximo passo será o melhor.
Desejo de expugnar a irritante alteridade, que separa os amantes daqueles a que amam...
Temem o que sempre foi vivido como uma ameaça: o desejo e o amor por outra pessoa!


Busca-se o outro pelo horror à solidão,
mas mantêm este outro a uma distância que permita o exercício da liberdade.
Relações que oscilam entre o sonho e o pesadelo - 
- Não há como determinar quando um se transforma no outro!
O amor  líquido se edifica  sobre a dúvida!
Evita-se o contato com o indesejável,
Evita-se o contato com aquele que demanda certo tipo de comprometimento ou vínculo,
Evita-se o contato com aquele que lembra o fundamento da civilização -
- amar ao próximo como a si mesmo.



Referência ao livro Amor Líquido, de Zigmunt Bauman




terça-feira, 17 de agosto de 2010

Dia de anjo...


Hoje, o melhor de ti...
O carinho, a ternura, o cuidado.
Assim, acima de ti mesmo, chego a implicar-me com tua alma,
absolutamente sensível, necessariamente envolvente...

Nestas alturas,
distante de colher as impurezas do teu solo revolto,
apreendes algo de sublime
que revelas nos olhar, na pele, no toque, na fala...
Se não te conhecesse o avesso, seria um dia de anjo.
Um dia de anjo...







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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Polaridades


 Onde o sentimento? 
Animal-humano domesticado, cheio de instintos, escravo de sensações.
Vicios, vícios, vícios...
Subtrair a si mesmo para encontrar um ínfimo prazer, na dor ensaiada tantas e tantas vezes.
Ver-te assim reduzido a menos que ti... Que me pedes?
Odeia e coloca-me como cúmplice deste amor adoecido.
Olhos sem expressão, alma suprimida, consciência ausente.
Uma efusiva agonia que transpira, incoerente... 
Euforia! ...Quando falas és um que não há!
Hipocrisia ética! Des-valores!
Entretanto... uma súplica insiste, 
que brota do vulcão em erupção que te habita e que te domina, sem que disto te apercebas.
Haverá o sublime nascendo em meio à lava que escorre das montanhas de ti?
Diamantes em meio ao rio escaldante de tuas entranhas?
Agora entendo...
É para este lugar materno-incondicional que me arrastas! 
Para que te compreenda a partir das tuas misérias... 
das tuas ambiguidades...
Para compartilhar o pior, e o melhor de ti!
...
Estou aqui!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Saber-me...


Nem todos que me veem me sabem plenamente.
Para saber-me é preciso vivenciar, experimentar, chegar bem perto,
explorando labirintos onde me perco,
encontrando fontes onde me afogo...
Posso mostrar-me, por vezes, vitrine de dilemas, mural de contrapontos,
Mas não deixe que te engane:
saiba-me na transparência o que não consigo mostrar na opacidade...
Assim posso ser hoje, uma, que ontem não havia.
Oxalá possa cultivar-me assim,
Inusitadamente eu...


domingo, 8 de agosto de 2010

Singulares



Não serei o que queres, não serás o que quero,
simplismente singulares,
para que a busca seja eterna, para que tudo seja impermanência!




sábado, 7 de agosto de 2010

Desconstrução

Hoje,
Você desconstruído, 
como o dia que chega ao fim.
Crepúsculo...
Momento perene na retina da alma, 
que traz em si o mistério de uma nova noite, cheia de lua, 
repleto de incertezas objetivas, vazio de certezas subjetivas, 
esperança de um dia renovador.
Amanhã,
Você desconstruindo as próprias alfições,
como o dia que se inicia.
Alvorada...
o orvalho da madrugada derramando-se em lágrimas de gratidão,
a brisa suave da serenidade tocando levemente a face do novo Homem,
o Astro Maior iluminando a consciência  de modo singular.
Tempo de amar...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Medo







O medo é uma foice
a arrancar internamente nossos ramos mais verdes, 
condenando-nos à mediocridade afetiva...
mas os brotos da consciência teimam em ressurgir,
suplicando: permita-me ser!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Entrelinhas

  Devolvo a ti teu processo, 
a partir de mim, da minha leitura, do meu entendimento...
Escrever-te foi um ato de rebeldia: 
dia um, dia outro...
Um pouco esgarçado na consistência, um tanto consistente na existência.
Um mundo dentro de muitos mundos.
O impermanente em ti convivendo com a súplica da constância.
Não hei dizer que este é seu Eu falado por mim, 
pois que Um dentro de ti fala-te o tempo todo.
É o que pude ler-te nas entrelinhas, que deixas atravessar pelas muralhas em ruínas, 
que não mais sustentam o que, em ti, quer explodir.
Devolvo-te assim relido, assim rascunhado pelas minhas letras.
Uma apreensão monográfica da  desconstrução de ti.
Perdoe as palavras "mal ditas", não me agradeça as "bem ditas",
Tudo é processo, expressões de desejo...
Simplesmente Ser!!!