quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Vento de Outono

Um passo... um suspiro... um gesto e... pronto!
Esse vento...

Não poderia saber "essa vida" em mim sem esse vento!

Um vento que passa revirando meu outono, na rua estreita, abandonada e vazia, assim, sem aviso.
Preenchendo-me de nossos ruídos...

Agora nada mais me separa desse sonho de vida acordada,
dessa angústia sufocada pelas folhas caídas ao solo de meus sentimentos.

Piso em cada folha, para que exalem as lembranças...
e as ouço...
e as sinto...
e posso até tocar cada uma das recordações que se fazem vivas ao leve roçar da minha pele...

Tudo vive!!! E que imenso temor me invade...
A morte não soube levar nada, nem as palavras, nem os olhares, nem as lágrimas.
Somente camadas do tempo souberam  se sobrepor delicadamente às sensações letárgicas!

Sim, aquele "eu" ainda vive, leve chama acesa, sem sobrenome, sem predicados, sem raizes...
Deixando-me nua diante de ti,
Diante de mim mesma, neste novo outono...
...

Nenhum comentário:

Postar um comentário